Quando Bebeto Queiroz, conhecido como Carlos Alberto Queiroz Pereira, e seu vice Bruno Jucá Bandeira tiveram seus mandatos de prefeito e vice‑prefeito de Choró revogados pela Justiça Eleitoral em 7 de abril de 2025, a população do Sertão Central entrou em choque. A decisão, assinada pelo juiz Welithon Alves de Mesquita, impede que a dupla, já foragida desde 5 de dezembro de 2024, assuma o poder que conquistou com 61,1% dos votos.
Contexto histórico e eleitoral
As eleições municipais de 2024 em Choró foram marcadas por um clima de esperança e desconfiança. Bebeto Queiroz, candidato do PSB, venceu o segundo turno contra o professor Antonio Delmiro (PT) com 5.971 votos, enquanto Delmiro recebeu 3.801. O apoio de Partido Socialista Brasileiro (PSB) e a aliança com o Partido Renovação Democrática (PRD) pareciam garantir estabilidade ao pequeno município.
Mas, logo após a vitória, surgiram denúncias de compra de votos, abuso de poder econômico e uso indevido de máquinas públicas. A denúncia foi protocolada pela coalizão oposicionista e recebeu o aval do Ministério Público Eleitoral, que pediu investigação ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE‑CE).
Detalhes da decisão judicial
Em 7 de abril, a Justiça Eleitoral, por meio de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral, declarou a cassação dos mandatos e decretou a inelegibilidade de Bebeto e Bruno por oito anos, contados a partir da data da eleição de 2024. Além da inelegibilidade, foi aplicada uma multa de R$ 53.205,00 a cada um, valor que deverá ser pago ao erário municipal.
O juiz Mesquita ressaltou que a decisão “visa preservar a lisura do processo democrático e coibir a prática de crimes eleitorais que fragilizam a confiança da sociedade nas instituições”. A sentença ainda determina a realização de novas eleições municipais, que deverão ser convocadas dentro do prazo constitucional.
Vale lembrar que, apesar de estar foragido, Bebeto chegou a ser empossado por procuração, enviando o filho para a cerimônia de 1º de janeiro de 2025. Na manhã da posse, um oficial judicial interrompeu o ato, citando a determinação da 6ª Zona Eleitoral de Quixadá.
Reações e posicionamentos
O vereador Paulo George Saraiva, conhecido como ‘Paulinho’, assumiu como prefeito interino. Em pronunciamento transmitido nas redes sociais da Câmara Municipal, Paulinho leu o documento que suspendeu a embaixada de Bebeto e Bruno: “Aceito o pedido preliminar do Ministério Público Eleitoral e suspendo a inauguração dos candidatos investigados”.
Da oposição, o coordenador da coligação que impetrou a ação declarou que a cassação “é a resposta da justiça a um pleito marcado por corrupção”. Já a defesa de Bebeto, representada por um advogado que preferiu permanecer anônimo, afirmou que “não comentarão estratégias enquanto o recurso estiver em curso”.
Entidades locais, como a Associação de Comerciantes de Choró, manifestaram preocupação: “Precisamos de estabilidade para continuar trabalhando; a incerteza afeta investimentos e até o abastecimento de mercado”. Por outro lado, lideranças do PSB pedem que o processo seja revisto, alegando que “há indícios de perseguição política”.
Impactos para Choró e perspectivas
Com a cassação, o município entra em um período de instabilidade institucional. Projetos de obras de drenagem, iniciados em 2023, ficam em suspenso, e a população – que ainda enfrenta escassez hídrica – tem dúvidas sobre a continuidade dos programas sociais.
Especialistas em direito eleitoral, como a professora Mariana Silva da Universidade Federal do Ceará, explicam que casos como este reforçam a importância da Lei das Eleições: “A inelegibilidade de oito anos é uma medida extrema, mas necessária para desincentivar a compra de votos em municípios pequenos, onde o impacto pode ser maior”.
Além disso, a decisão do TRE‑CE pode servir de precedente para outras cidades do Sertão, onde denúncias de compra de votos costumam ser mais difíceis de comprovar.
Próximos passos e calendário eleitoral
O próximo passo imediato é a convocação de nova eleição municipal. O Código Eleitoral estabelece que a nova votação deve ocorrer em até 90 dias após a cassação, o que aponta para um pleito possível em meados de julho de 2025. Enquanto isso, o prefeito interino ficará responsável por manter os serviços essenciais.
Os candidatos que pretendam participar do novo certame terão que observar o período de inelegibilidade de Bebeto e Bruno, o que abre espaço para novas lideranças locais – como a prefeita de Araripe, Ana Lúcia Freitas, que já sinalizou interesse em concorrer.
Por fim, a sociedade civil de Choró aguarda a conclusão dos recursos. Caso o recurso seja negado, a decisão será definitiva; se houver reforma, ainda será preciso organizar nova votação, prolongando a incerteza.
Fatos principais
- Mandato de Bebeto Queiroz (PSB) e Bruno Jucá (PRD) cassado em 7/04/2025.
- Ineligibilidade de oito anos e multa de R$ 53.205,00 para cada um.
- Voto de 61,1% (5.971 votos) nas eleições de 06/10/2024.
- Prefeito interino: Pa< span itemscope itemtype="https://schema.org/Person">ulo George Saraiva "Paulinho" (PSB).
- Nova eleição municipal deverá ocorrer até julho de 2025.
Perguntas Frequentes
Como a cassação de Bebeto Queiroz afeta os serviços públicos de Choró?
Com a perda do mandato, projetos de obras de drenagem e de ampliação de escolas foram suspensos. O prefeito interino mantém os serviços essenciais, mas a ausência de um gestor eleito gera atrasos na liberação de verbas e na continuidade de programas sociais.
Qual o prazo para realização de novas eleições em Choró?
O Código Eleitoral determina que a nova votação deve acontecer em até 90 dias após a decisão de cassação. Assim, se a sentença foi publicada em 7 de abril, a expectativa é que as urnas sejam abertas entre junho e julho de 2025.
Quem pode concorrer à prefeitura nas próximas eleições?
Qualquer cidadão que cumpra os requisitos de elegibilidade pode se inscrever, exceto aqueles que foram declarados inelegíveis – como Bebeto Queiroz e Bruno Jucá, que enfrentarão um bloqueio de oito anos. A prefeitura interina ainda pode apoiar candidaturas de novos nomes, como lideranças comunitárias.
Qual foi o fundamento jurídico para a cassação?
A decisão se baseou nas provas de compra de votos, abuso de poder econômico e uso indevido de estrutura pública durante a campanha de 2024, tipificadas nos artigos 212 e 213 do Código Eleitoral. O juiz Mesquita considerou que tais condutas violam a lisura do pleito.
Existe possibilidade de recurso que reverta a cassação?
Sim. Bebeto e Bruno ainda podem interpor recurso ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE‑CE). Enquanto o recurso não for julgado, a decisão de cassação permanece em vigor, mas o processo pode ser suspenso temporariamente se houver concessão de efeito suspensivo.
valdinei ferreira
outubro 1, 2025 AT 21:10É realmente lamentável o que ocorreu em Choró; a cassação do mandato de Bebeto Queiroz e de seu vice Bruno Jucá demonstra que o Judiciário está vigilante, e que a lisura eleitoral não pode ser relativizada; esperamos que o processo judicial siga seu curso, que os recursos sejam analisados com rigor, e que a população receba respostas claras, transparentes e justas.
Brasol Branding
outubro 6, 2025 AT 00:33Valeu, pessoal!
Bruna Fernanda
outubro 10, 2025 AT 01:46Ah, então tudo acabou porque alguém ousou comprar alguns votos? Que surpresa!
Aline Tongkhuya
outubro 14, 2025 AT 03:00Gente, cês viram a treta na prefeitura de Choró? Tamo falando de um baita "padrão de corrupção", até parece novela de TV, só que é a realidade!
Sei lá, mas parece que a galera tá cansada de promessas vazias e quer ver ação de verdade, né?
jefferson moreira
outubro 18, 2025 AT 04:13Entendo a frustração da comunidade, e, ao mesmo tempo, reforço que a aplicação da lei é imprescindível; não podemos tolerar práticas que corroem a confiança no voto, portanto, apoio as medidas que buscam restaurar a credibilidade do processo eleitoral.
Rodrigo Sampaio
outubro 22, 2025 AT 05:26Galera, isso mostra como o combate à corrupção precisa ser constante! Vamos celebrar que o sistema funcionou, mesmo que demore, e usar essa energia para fortalecer a democracia local. Cada cidadão pode fazer a diferença, seja votando consciente ou cobrando transparência.
Bruna Matos
outubro 26, 2025 AT 06:40Não dá pra ficar calado diante dessa situação absurda que se desenrolou em Choró; a cassação do prefeito e do vice é um marco que revela o quão profundo está o problema da compra de votos no interior; o povo, que sempre foi vítima de promessas vazias, agora vê a justiça tentando dar um passo à frente, ainda que tímido; porém, não podemos celebrar só porque o juiz atuou, é preciso questionar quem realmente se beneficia desse “corte” nas lideranças locais; enquanto alguns celebram a vitória da legalidade, outros já começam a conspirar sobre possíveis retaliações políticas; a verdade é que o poder está sempre em disputa, e as engrenagens do sistema raramente se movem em linha reta; os projetos de drenagem que estavam em andamento agora ficam em limbo, e isso impacta diretamente a vida de quem luta contra a seca crônica; o comércio local sente a pressão, pois a instabilidade afeta investimentos e o fluxo de recursos; ainda assim, surgem novas vozes, novos candidatos que prometem mudar o jogo, mas será que vão cumprir ou cairão nos mesmos esquemas?; a população merece respostas claras e não apenas promessas eleitorais que evaporam ao primeiro sinal de dificuldade; o papel do TRE‑CE como guardião da democracia será testado nos próximos dias, e ele deve agir com rapidez e firmeza; se a nova eleição acontecer em julho, como será garantida a lisura do processo, dada a pouca janela de tempo?; é imprescindível que a sociedade civil organize grupos de vigilância, que fiscalizem cada centavo gasto e cada ação dos candidatos; só assim evitaremos que o ciclo de corrupção se repita; por fim, espero que esse episódio sirva de lição para todo o Sertão, mostrando que a impunidade não é um direito, mas uma exceção que deve ser combatida com determinação e participação cidadã.
Fred docearquitetura
outubro 30, 2025 AT 07:53Não basta só apontar falhas; quem está por trás dessas práticas precisa ser responsabilizado agora, antes que mais gente seja enganada!
Maysa Horita
novembro 3, 2025 AT 09:06Concordo, a gente precisa mesmo de transparência – sem frescura, só a real.
Raphael Dorneles
novembro 10, 2025 AT 21:40Vamos manter a calma e confiar que o processo judicial trará justiça para todos.