Disney enfrenta pressão de investidores após suspender Jimmy Kimmel Live!

Disney enfrenta pressão de investidores após suspender Jimmy Kimmel Live!

Suspensão de Jimmy Kimmel Live! e a reação dos afiliados

Na primeira semana de setembro, o apresentador Jimmy Kimmel fez um comentário considerado polêmico sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk. Ele acusou apoiadores de Donald Trump de usar a tragédia para marcar pontos políticos e chegou a comparar a reação do ex‑presidente a um bebê que perde um peixe dourado.

O que parecia ser apenas mais um monólogo de fim de noite rapidamente se transformou em um terremoto na programação da Disney. Redes afiliadas ao ABC, como a Nexstar Media Group e a Sinclair, declararam que não exibiriam mais o programa, alegando que o discurso era ofensivo e insensível. O presidente da FCC, Brendan Carr, entrou na discussão, advertindo que os canais que continuassem a levar o programa ao ar poderiam enfrentar fiscalização.

Em resposta, a Disney anunciou a suspensão indefinida de Jimmy Kimmel Live!, alegando que precisava “evitar inflamar ainda mais um momento delicado”. A decisão trouxe um golpe imediato ao contrato de Kimmel com a ABC e levantou dúvidas sobre o futuro da relação de longa data entre o apresentador e a empresa.

Pressão sobre a Disney: investidores, reguladores e a comunidade artística

Pressão sobre a Disney: investidores, reguladores e a comunidade artística

Investidores da Disney, preocupados com possíveis impactos financeiros, começaram a cobrar transparência. Eles temem que a ausência de um dos programas de maior audiência do horário noturno puxe a receita de publicidade e prejudique o valor das ações.

Ao mesmo tempo, manifestações se espalharam nos escritórios da Disney em Nova Iorque e Califórnia, além de frente ao estúdio onde o programa é gravado, em Hollywood. Algumas dessas manifestações incluíram ameaças de morte a funcionários da empresa, um fato que aumentou a preocupação da diretoria com a segurança interna.

Do outro lado, mais de 400 artistas — músicos, atores e outros profissionais do entretenimento — assinaram uma carta aberta apoiando Kimmel. Personalidades de destaque da TV noturna, como Stephen Colbert, Jon Stewart, John Oliver, Jimmy Fallon e Seth Meyers, também se manifestaram publicamente ao lado do colega.

Após menos de uma semana de silêncio, a Disney informou que, após “conversas cuidadosas” com Kimmel, o programa retornaria ao ar na terça‑feira seguinte. A empresa destacou que a decisão tinha o objetivo de desescalar a situação, equilibrando as pressões vindas de afiliados, reguladores, investidores e da comunidade criativa.

Entretanto, o clima de incerteza permanece. Executivos da Disney ainda se reúnem com Kimmel para definir os parâmetros de futuro do programa, enquanto continuam a lidar com a pressão de grupos de mídia que ainda se recusam a transmitir o show. A controvérsia trouxe à tona um debate mais amplo sobre o papel das grandes corporações de entretenimento em momentos politicamente sensíveis e sobre até que ponto a liberdade de expressão de um apresentador pode colidir com interesses comerciais.

Enquanto isso, as ações da Disney continuam a oscilar nas bolsas, refletindo a ansiedade dos investidores. Analistas apontam que, se a empresa não encontrar um caminho claro para gerenciar essas crises de reputação, poderá enfrentar desafios mais profundos na negociação com afiliados e em sua estratégia de conteúdo futuro.

7 Comments

  • Image placeholder

    Diego cabral

    setembro 28, 2025 AT 02:14

    Disney virou a Apple do entretenimento: censura pra agradar todo mundo e acaba agradando ninguém. Kimmel só falou a verdade que todo mundo pensa, mas ninguém ousa dizer.
    Agora tá tudo em modo "não ofenda ninguém", até quando o mundo tá em chamas.

  • Image placeholder

    Marcio Rocha Rocha

    setembro 29, 2025 AT 06:49

    Isso aqui é um ataque direto à liberdade de expressão! Eles não podem simplesmente apagar um programa por causa de um comentário?!
    Se a Disney quer ser uma empresa de entretenimento, que pare de agir como um partido político!
    Quem mandou o Kimmel se calar? O presidente da FCC? O governo? O que é isso, um regime?
    Essa é a cara do liberalismo moderno: você fala, você some. Eles não querem debate, querem silêncio.
    Se isso continua, daqui a pouco vai ter que pedir permissão pra rir de um meme.
    Quem apoia isso tá defendendo a ditadura da correção política. E isso é mais perigoso que qualquer extrema direita.

  • Image placeholder

    Gabriela Keller

    setembro 30, 2025 AT 07:27

    Oh, claro, porque nada diz "liberdade de expressão" como comparar um político a um bebê chorando por um peixe dourado.
    Se o Kimmel quer ser um filósofo da comédia, que tal começar com um pouco de empatia antes de virar o mundo de cabeça pra baixo?
    Se você acha que a morte de alguém é piada, talvez o problema não seja a Disney - talvez seja você.
    E olha, eu amo o Kimmel, mas essa foi a pior piada que ele já fez. E isso é dito por alguém que já ri de tudo, até de morte.
    Mas não é só isso: a Disney tá tentando não virar um alvo, e tá conseguindo. A pressão dos afiliados? Ameaças de morte? Isso não é censura, é sobrevivência.
    Se você quer liberdade, não espere que uma corporação de bilhões de dólares se torne seu santuário político.
    Essa é a realidade do capitalismo: você não é um herói, você é um produto. E se o produto tá causando caos, ele é descontinuado.
    Se você acha que isso é injusto, então pare de reclamar quando a Netflix remove um show por causa de polêmica. É o mesmo jogo.

  • Image placeholder

    Yasmin Lira

    setembro 30, 2025 AT 23:34
    kimmel é um idiota e a disney fez bem em parar o programa esse tipo de coisa nao tem lugar na tv nao e brincadeira com morte nao e humor e sim covardia
  • Image placeholder

    Alberto Lira

    outubro 2, 2025 AT 14:29

    Se o Kimmel tivesse feito isso com um ativista da esquerda, a Disney já teria feito um vídeo de desculpas em 3 minutos.
    Isso aqui é claramente uma escolha política, não ética.
    E os 400 artistas que apoiaram ele? Claro, todos são da mesma turma: Hollywood liberal que só defende liberdade quando é do lado deles.
    Se fosse um conservador fazendo isso, já teria sido demitido, banido e esquecido.
    Essa é a hipocrisia do nosso tempo: liberdade de expressão só vale se você for da equipe certa.

  • Image placeholder

    Andressa Lima

    outubro 2, 2025 AT 22:40

    É importante ressaltar que a decisão da Disney, embora controversa, está alinhada com os padrões de responsabilidade corporativa em contextos de alta tensão social.
    As afiliadas, como Nexstar e Sinclair, atuam como intermediárias regulatórias e comerciais, e sua recusa de exibição reflete o risco reputacional e legal associado à veiculação de conteúdo potencialmente incendiário.
    A intervenção da FCC, embora não vinculativa, sinaliza uma pressão institucional crescente sobre mídias que operam em um ambiente polarizado.
    Ademais, a ameaça de violência contra funcionários - mesmo que isolada - impõe uma obrigação ética de proteção à integridade física, o que supera, em termos de prioridade, a continuidade de um programa de entretenimento.
    Portanto, a suspensão temporária, embora simbolicamente problemática, é tecnicamente justificável sob o prisma da gestão de risco corporativo e da segurança pública.
    Contudo, a recuperação do programa após negociações sugere que a empresa buscou um equilíbrio entre pressões externas e direitos de expressão, o que, embora imperfeito, representa um modelo de mediação em crises de comunicação.
    Recomenda-se, portanto, que futuras decisões sejam precedidas por avaliações de impacto sociocultural, e não apenas financeiro.

  • Image placeholder

    Marcus Vinícius Fernandes

    outubro 4, 2025 AT 09:15

    Essa é a típica decadência do Ocidente: uma corporação norte-americana se curvando a uma minoria ruidosa de ativistas conservadores que, na verdade, não representam nem 5% da população, mas têm o poder de sabotar programas inteiros com campanhas de ódio organizadas.
    Enquanto isso, os verdadeiros intelectuais - os que entendem que a comédia é o termômetro da liberdade - estão sendo silenciados por um sistema que valoriza o medo mais do que a coragem.
    Essa não é censura? É sim. E é censura de esquerda disfarçada de "sensibilidade".
    Quem comprou a Disney? A Microsoft? A Amazon? Não. A Disney é a última fortaleza do entretenimento ocidental que ainda tenta manter alguma dignidade.
    E agora ela está sendo assassinada por uma ala radical que acha que piadas sobre políticos são crimes de guerra.
    Se esse é o futuro, então que o mundo se queime. Porque a cultura não pode ser governada por manifestantes com cartazes e Twitter.
    Quem defende Kimmel não está defendendo um apresentador - está defendendo o direito de rir, mesmo quando o riso dói.
    E se isso for considerado ofensivo, então que todos nós nos calamos. Porque se não podemos rir da política, então não somos livres. Somos escravos de um novo moralismo digital.

Escreva um comentário