O impacto do Dia Nacional do Vira-Lata: uma luta por adoção e cuidado
Muita gente ainda se emociona ao ouvir uma história de resgate de um cão vira-lata. Não é para menos: só em 2022, segundo a OMS, o Brasil registrou cerca de 30 milhões de animais abandonados, a maioria cães e gatos. O problema não é novo. Mas o Dia Nacional do Vira-Lata, comemorado em 31 de julho, chegou para jogar luz sobre a importância da adoção responsável e os desafios desses bichos invisíveis para tantos brasileiros.
Adotar um animal sem raça definida (SRD) ainda carrega aquele velho estigma do “vira-lata” – termo que, durante anos, foi sinônimo de desprezo ou até motivo de piada. Mas basta olhar com atenção para ver que eles são muito mais do que rótulos: são companheiros fiéis, resistentes e cheios de personalidade. Não à toa, são cerca de 32% dos cães nas casas brasileiras, de acordo com o Censo Pet 2020 da Dog Hero. Ou seja, a maioria prefere mesmo o jeito carinhoso e a mistura única desses animais.
A campanha do Dia Nacional do Vira-Lata não foca só na adoção. O assunto vai bem além da escolha de levar um SRD para casa. A discussão aborda também questões sérias, como a importância de castrar e vacinar esses animais. Sem controle populacional, o ciclo de abandono nunca termina. Dados recentes mostram que muitos sofrem nas ruas com doenças, fome, frio e maus-tratos. Fora isso, deixar um animal para trás — ato visto por alguns como solução cômoda — pode render pena de prisão e multa, já que o abandono e o abuso são crimes no Brasil desde 1998.
- Adoção responsável combate superpopulação e violência contra animais.
- Castrar ajuda a evitar ninhadas indesejadas e doenças graves.
- Quem adota precisa garantir alimentação, vacinas em dia e assistência veterinária.
- Punições para quem maltrata ou abandona animais estão cada vez mais rigorosas.
Vira-latas são símbolo cultural: do “cão caramelo” à internet
Tem quem pense que vira-lata é tudo igual, mas quem convive sabe que cada um tem sua marquinha de nascença, seu olhar diferente e um jeito especial de pedir carinho. O destaque vai para o famoso “cão caramelo”, um ícone da cultura popular brasileira. É fácil encontrar esse tipo de cachorro estampando memes, tirinhas e até obras de arte, sempre representando resiliência e a diversidade do nosso povo. Ele virou símbolo de afeto nacional, aparecendo até em músicas e campanhas de adoção pelo país afora.
A internet abraçou esses animais: basta uma foto do caramelo com aquela carinha pidona e logo milhares de curtidas aparecem. Pessoas de todas as idades se identificam com o vira-lata, talvez porque ele reflete um pouco do improviso e da força de quem vive superando dificuldades.
No fim das contas, celebrar o Dia Nacional do Vira-Lata é dar voz a quem nunca pediu nada além de atenção e um lar. Se cada pessoa pensar em adotar e cuidar com respeito, a vida nas ruas pode mudar para milhões de animais. Afinal, como já se diz por aí, vira-lata é pura mistura de amor, sobrevivência e carinho.